Por Fernando Vieira Filho(1)
Certo dia um cliente, indignado, comentou comigo sobre uma agressão verbal gratuita que havia sofrido em um encontro familiar de fim de semana.
Eu disse a ele: - Perdoe essa “pessoa-espinheiro”!
Ele, sem entender, questionou curioso: - Pessoa-espinheiro?
E eu respondi: - Sim. É aquela pessoa que recebe flores da gente e que, de forma impulsiva, devolve com a peçonha bem escondida sob a língua maledicente. É alguém que diante de estranhos solta palavras com o verniz do “politicamente correto”, mas que, no recesso familiar, não consegue esconder a víbora que existe camuflada em sua alma.
E, diante do espanto de meu cliente, eu completei: - Não se assuste caro amigo, porque você não vai conseguir mudar a natureza dessa pessoa. Portanto, no silêncio de seus pensamentos, exercite o perdão, para não se contaminar com o veneno alheio.
E o cliente incomodado retrucou: - O difícil Fernando, é que estas pessoas parecem que flutuam num ar de impunidade. E sempre se apoiam sobre a lembrança de alguém muito querido e respeitado, que se foi. E se aproveitam disso para o resto de suas vidas. É triste, eu sofro com isso. Então disse ao cliente para concluirmos o assunto: - Caro amigo, geralmente estas pessoas se “escondem”atrás da memória de entes queridos, falecidos, que foram, de certa forma, benquistos e de grande projeção na comunidade em que viveram. Assim instilam seu “veneno” verbal, de forma, eu até acredito, inconsciente. Pois a sociedade e os amigos gratos ao falecido e, como forma de homenagear sua memória, os toleram e até tentam protegê-lo perante a comunidade.
(1) É psicoterapeuta e escritor.
www.harmoniacomflorais.com
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